23/03/2015

Anexada

E que minha poesia não me mate, nem minhas inspirações me escondam.
Que meu personagem se desfaça.
Depois do dó e antes do si.
No meio do começo. No término da continuação.
No andar da parada.
Na inércia dos meus passos.
Pois que saia o paradóxo.
E não entretenha minha solidão.
Que me veja o reconhecimento que há tempos fugiu na imensidão.
O sorriso do sorrateiro e a falsidade sem freio.
Que o mundo me deixe o mais vã que puder.
Mas me mantenha menos vil e desmedida.
Queria eu desbravar teus medos.
Sambar no desespero e sorrir dos pesadelos.
Mas no momento fica a indignação de ser a velha covarde de sempre.
A mais louca e despreparada.
A mais indigna e pesarosa que o pesar já acolheu.
A mais rasa que a poça d'água.
Porém a mais densa e trivial das mulheres.
E se até agora o texto não teve nexo.
Não era pra ter.
Pois até onde sei, sem nexo serei.
 
Light Purple Pointer