14/08/2014

"Porque te dá um medo filho da puta: ser feliz, medo de amar, medo de ser bom. Tudo que faz bem pra gente, a gente tem medo." - Cazuza

Com tantos receios, medos, traumas e tudo sem nenhuma anestesia.
Ser tudo mais dolorido do que colorido. É uma característica muito forte da vida.
Procuramos e quanto mais o fazemos mais nos afundamos numa cova profunda sem começo e sem fim.
Sou e somos. Era e éramos. Não seremos mais os antigos que costumávamos ser.
Mudamos tanto que nos misturamos em uma poção cheia de cores e sensações. Sem nos darmos conta de que o que fomos um dia, nunca mais vamos ser de volta...
Chorar? Quem disse que adianta?!
Continuamos a nos deprimir, ficamos céticos e indomados. Mal educados e sem síntese.
Somos rasos e profundos. Marcados e feridos. À ferro e fogo. Feito o gado que fica no pasto.
Olhamos e não enxergamos. Ouvimos e nem ligamos. Rimos e depois caímos em prantos do amanhecer ao anoitecer.
E o que falar do amor quando o mesmo que um dia nos foi dado, foi tirado. E hoje ficamos com a dúvida e o ceticismo na cabeça e no coração.
A ingratidão? Que nada, somente o cansaço de recomeçar algo novamente que chega a ser tão duvidoso quanto a certeza da morte.
Cadê as amarras e a mordaça? Estão aqui. Atadas. Correntes também? Quem disse que não? Aqui em meu tornozelo. Com todo esse medo de amar acabamos nos blindando e nos encarceirando para não sofrermos o mesmo amargor da traição, da raiva e/ou do abandono.
Quem sabe um dia criarei coragem e chamarei alguém para me libertar. Mas creio que esse dia está distante, assim como a esperança em confiar em um outro alguém.



Ana Y. Freitas


 
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